Você sabia que os maiores índices de cessação do fumo ocorrem em mulheres durante a gravidez?
E que somente 30% delas seguem sem fumar depois do parto (voltam a fumar).
A exposição do feto ao fumo materno é um exemplo muito sério de tabagismo passivo. Estudos envolvendo 500 mil gestantes fumantes mostraram que os recém-nascidos têm peso inferior ao das gestantes que não fumam (redução média de 200 g) e o dobro de chance de nascerem antes da hora (prematuridade).
Mesmo as gestantes que não fumam também podem dar à luz crianças com peso reduzido, se forem expostas ao fumo de outras pessoas.
Há maior risco de aborto espontâneo, gravidez tubária (fora do útero), problemas com a placenta (ver outro post sobre gravidez) como placenta prévia e sangramentos.
Risco de morte súbita infantil (ocorre enquanto os bebês dormem durante à noite ou estão cochilando durante o dia, antes de completar os seus quatro meses de vida).
O fumo passivo pode provocar problemas nos dentinhos e nas gengivas do bebê.
Durante o crescimento, essas crianças podem ter função pulmonar reduzida, o que contribui para agravar a asma e as predispõem à DPOC quando adultos (ver mais no blog).
Sintomas e doenças respiratórias são as manifestações mais comuns apresentadas por filhos de fumantes, e estes apresentam um aumento de quase 40% na frequência de bronquites e de pneumonia no primeiro ano de vida. As crianças com asma passam a ter crises mais frequentes e mais severas. Agravam os sintomas alérgicos, como asma e rinite.
Após as mamadas, o bebê pode ficar agitado, choroso, vomitar ou até mesmo ter alterações do seu ritmo cardíaco.
As crianças amamentadas por mães que fumam estão expostas à nicotina através do leite materno, a qual pode interferir na estatura dessas crianças (menores).
Ocorrendo a exposição, pode haver comprometimento neurológico- risco de déficit cognitivo e hiperatividade, dificuldades na escola, no desenvolvimento de habilidades finas e manuais, no cálculo e na linguagem, justamente na idade quando a criança está aprendendo a falar, andar, somar.
Embora os maiores benefícios para o desenvolvimento fetal ocorram se a cessação do tabagismo acontecer ainda no início da gestação, a interrupção em qualquer momento da gravidez, ou mesmo no pós-natal, tem significativo impacto na saúde familiar.
Dicas: Devemos sempre encorajar os fumantes primeiramente a reconhecer e entender qual a relação que eles têm com o cigarro (é uma bengala? Um companheiro?). Em segundo lugar, quando quiser POR VONTADE PRÓPRIA parar o tabagismo, buscar auxílio de médico treinado.
Em terceiro, não ficar triste ou chateado com as pessoas mais próximas que sempre tocam nesse assunto. Elas realmente querem o teu bem e será delas o maior apoio quando for preciso.
Se imaginar lá na frente com qualidade de vida e livre do fumo. Como isso pode ser bom!
Fontes: KROEFF, L.R.; MENGUE, S.S.; DUNCAN, M. I. Fatores associados ao fumo em gestantes avaliadas em cidades brasileiras. Revista de Saúde Pública, v.38, nº 2, p. 261-267, 2004. LOTUFO, J. P. Tabagismo, uma doença pediátrica. São Paulo: Savier, p. 17-19, 2007.INCA.
1. World Health Organization. Noncommunicable diseases and mental health. Global status report on noncommunicable diseases 2014. Geneva: WHO; 2014.
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